6 de dezembro de 2012

Os Assírios

 

Os assírios ocuparam a parte Norte do atual Iraque (a terra entre os rios Tigre e Eufrates) durante a maior parte do período coberto pelo AT. Os montes e as planícies desta fértil terra contrastam com o deserto que se encontra a oeste e com as pedregosas montanhas ao Norte e a Leste. Por isso, os assírios constantemente tiveram que defender seus país dos invasores.

 Os Assírios

História

Os assírios eram, em sua maioria, um povo semítico (grupo a que pertenciam os israelitas); seu idioma era muito semelhante ao babilônico. Também usavam o sistema de escrita cuneiforme, feita com sinais em forma de cunha, que representavam sons ou sílabas e eram escritos em tabletes de barro com uma espécie de punção (depois chamado “ponteiro”).
As listas reais mostram que os assírios já estavam em sua terra por volta do ano 2300 a.C., e a arqueologia assinala que Nínive foi fundada em cerca de 4000 a.C. Por volta do ano 1100 a.C., a Assíria já havia se tornado um potência do Oriente. Logo depois, passou por um tempo de decadência, mas a partir de 900 a.C. teve uma série de reis de grande poder, os quais lançaram as bases do poderoso Império Assírio.

Vida e Arte

Com o império veio também a riqueza. As histórias narradas na Bíblia e em outros documentos, mais as cenas de batalhas que decoravam as paredes dos palácios assírios, dão a impressão de que eram um povo cruel e guerreiro. Porém a vida assíria não se limitava somente à guerra.
Os reis construíam grandes palácios e templos nas cidades mais importantes (Nínive, Assur e Calá). As paredes estavam revestidas com placas de pedras talhadas em baixo relevo. Tais placas mostravam o rei durante a caça, o tratamento com seus vassalos ou a adoração aos seus deuses, e também narravam suas vitórias. O mobiliário dos palácios era ricamente decorado com painéis de marfim talhado ou gravado. O rei, com a rainha ao seu lado, descansava em um sofá e bebia em taças douradas.

Bibliotecas

Milhares de tabletes de barro eram guardados nas bibliotecas dos palácios. Muitos deles continham assuntos diplomáticos e administrativos, outros detalhavam determinado reinado. Há também documentos legais, dicionários e listas de palavras. A literatura assíria inclui grandes épicos de história primitiva e lendas (entre elas as famosas histórias do dilúvio e da criação), e outras histórias dos deuses.

Religião

Assur, o deus nacional da Assíria, era considerado o rei dos deuses. Cria-se que ele e os outros deuses (deus da lua, deus do sol, deus do clima, deusa do amor e da guerra, etc.) controlavam todas as coisas. Cada cidade tinham um templo principal onde se adorava o deus da cidade (deus patrono). No dia especial do deus e nas grandes festividades, as pessoas se aglomeravam para ver as procissões, onde se exibiam as estátuas do deus.
Levavam muito a sério o mundo espiritual. Usavam amuletos para afugentar os espíritos malignos e os demônios, os quais causavam problemas e provocavam enfermidades. Consultavam adivinhos e astrólogos para conhecer o futuro. Ofereciam oferendas aos mortos. Sem dúvida, a religião assíria não previa nenhuma esperança de vida depois da morte.

Assíria e Israel

Os assírios entram na história bíblica na época dos últimos reis de Israel (séc. VIII a.C), quando Isaías (o profeta) estava fazendo-se conhecer no reino de Judá. Até este tempo, ano 840 a.C., a Assíria havia considerado Israel como estado vassalo. O obelisco de pedra negra que documenta as vitórias de Salmanasar III, mostra Jeú, rei de Israel, rendendo tributo (cf. 2Rs 9 9 – 10).
Em 745 a.C., Tiglate Pileser III ascende ao trono da Assíria. Invadiu Israel e forçou o rei Menaém a renovar o pagamento do tributo (2Rs 15.17-23). Anos mais tarde, o rei assírio voltou a invadir Israel, capturou terras e cidades e exilou muitas pessoas. (Para evitar problemas posteriores, os assírios tinham por hábito mandar ao exílio os conquistados e os estabeleciam em outro país.)
Oséias, rei de Israel, resistiu aos assírios. Foi derrotado, mas logo se revoltou. Nesta ocasião, o rei assírio Samaneser V sitiou e capturou Samaria, a capital de Israel. Toda a população foi enviada ao exílio; Samaria foi reprovada com pessoas de outros povos no ano 721 a.C. (2Rs 17; 18.9-12). Sargão II, sucessor de Salmaneser, declara haver exilado como prisioneiros a”… 27.290 de seus habitantes junto com seus carros… e os deuses nos quais confiavam.”

Assíria e Judá

O reino de Judá tornou-se vassalo assírio ao pedir proteção contra o ataque de Israel e Síria (2Rs 16.1-9). Assim, quando o rei Ezequias buscou a independência de Judá, sua ação levou o exército assírio até Judá. O rei assírio sitiou e capturou Laquis e enviou um grande exército contra Jerusalém. Ezequias, por conselho do profeta Isaías, não rendeu, e os assírios tiveram que retroceder (2Rs 18.1-8 19.37).
Judá permaneceu leal à Assíria até que o império foi derrotado pelos babilônicos, que capturavam Nínive, a capital assíria, no ano 612 a.C (cf. Dn 5).

© Fonte: Bíblia de Estudo Almeida

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