26 de outubro de 2012

O Temor do Senhor

Versículo Tema:

“Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o SENHOR, vosso Deus para se vos ensinar, para que os fizésseis na terra a que passais a possuir; para que temas ao SENHOR, teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu e teu filho, e o filho do teu filho, todos os dias da tua vida: e que teus dias sejam prolongados” (Deuteronômio 6.1-2).

O Temor do Senhor

Um mandamento frenquente ao povo de deus do AT é “temer a Deus” ou “temer ao Senhor”. É importante que saibamos o que esse mandamento significa para nós como crentes. Somente à medida que verdadeiramente temermos ao Senhor é que seremos libertos da escravidão de todas as formas de temores anormais e satânicas.

O SIGNIFICADO DO TEMOR DE DEUS

O mandamento geral de “temer ao Senhor” inclui uma variedade de aspectos do relacionamento entre o crente e Deus.

1. É fundamental no temor de Deus, reconhecer sua santidade, justiça e retidão como complemento do seu amor e misericórdia, i.e., conhecê-lo e compreender completamente quem Ele é (cf. Pv 2.5). Esse temor baseia-se no reconhecimento que Deus é um Deus santo, cuja natureza inerente o leva a condenar o pecado.

2. Temer ao Senhor é considerá-lo com santo temor e reverência e honrá-lo como Deus, por causa da sua excelsa glória, santidade, majestade e poder. Quando, por exemplo, os israelitas no monte Sinai viram Deus manifestar-se através de “trovões e relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte” o povo inteiro “estremeceu” (Êx 19.16) e implorou a Moisés que este falasse, ao invés de Deus (Êx 20.18,19; Dt 5.22-27). Além disso, o salmista, na sua reflexão a respeito do Criador, declara explicitamente: “Tema toda a terra ao SENHOR; temam-no todos os moradores do mundo. Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu” (Sl 33.8,9).

3. O verdadeiro temor de Deus leva o crente a crer e confiar exclusivamente nEle para a salvação. Por exemplo: depois que os israelitas atravessaram o mar Vermelho como em terra seca e viram a extrema destruição do exército egípcio, “temeu o povo ao SENHOR e creu no SENHOR”. Semelhantemente, o salmista conclama a todos os que temem ao Senhor: “confiai no SENHOR; ele é o vosso auxílio e vosso escudo” (Sl 115.11). Noutras palavras, o temor ao Senhor produz no povo de Deus esperança e confiança nEle. Não é de admirar, pois, que tais pessoas se salvem (Sl 85.9) e desfrutem do amor perdoador de Deus, e da sua misericórdia (Lc 1.50; cf. Sl 103.11; 130.4).

4. Finalmente, temer a Deus significa reconhecer que Ele é um Deus que se ira contra o pecado e que tem poder para castigar quem transgride suas justas leis, tanto no tempo como na eternidade (cf. Sl 76.7,8).
Quando Adão e Eva pecaram no jardim do Éden, tiveram medo e procuraram esconder-se da presença de Deus (Gn 3.8-10). Moisés experimentou esse aspecto e do temor de Deus quando passou quarenta dias e quarenta noites em oração, intercedendo pelos israelitas transgressores: “temi por causa da ira de do furor com que o SENHOR tanto estava irado contra vós, para vos destruir (Dt 9.19).

RAZÕES PARA TERMOS TEMOR DE DEUS

As razões para temer o Senhor vêm do significado do temor do Senhor.

1. Devemos temê-lo por causa do seu grande poder como o Criador de todas as coisas e de todas as pessoas (Sl 33.6-9; 96.4,5; Jo 1.9).

2. Além disso, o poder inspirador de santo temor que Ele exerce sobre os elementos da criação e sobre nós é motivo de temê-lo (Êx 20.18-20; Ec 3.14; Jn 1.11-16; Mc 4.39-41).

3. Quando nós nos apercebemos da santidade do nosso Deus, i.e., sua separação do pecado, e sua aversão constante a ele, a resposta normal do espírito humano é temê-lo (Ap 15.4).

4. Todos quantos contemplarem o esplendor da glória de Deus não podem deixar de experimentar reverente temor (Mt 17.18).

5. As bênçãos contínuas que recebemos da parte de Deus, especialmente o perdão dos nossos pecados (Sl 130.4), devem nos levar a temê-lo e amá-lo (1 Sm 12.24; Sl 34.9; 67.7; Jr 5.24).

6. É indubitável que o fato de Deus ser um Deus de justiça, que julgará a totalidade da raça humana, gera o temor a Ele (17.12,13; Is 59.18,19; Ml 3.5; Hb 10.26-31). É uma verdade solene e santa que Deus constantemente observa e avalia as nossas ações, tanto as boas quanto as más, e que seremos responsabilizados por essas ações, tanto agora como no dia do nosso julgamento individual.

CONOTAÇÕES PESSOAS LIGADAS AO TEMOR DE DEUS

O temor de Deus é muito mais do que uma doutrina bíblica; ele é diretamente aplicável à nossa vida diária, de um numerosas maneiras.

1. Primeiramente, se realmente tememos ao Senhor, temos uma vida de obediência aos seus mandamentos e damos sempre um “não” estridente ao pecado. Uma das razões por que Deus inspirou o temor nos israelitas no monte Sinai foi para que aprendessem a desviar-se do pecado e a obedecer à sua lei (Êx 20.20). Repetidas vezes no seu discurso final aos israelitas, Moisés mostrou o relacionamento entre o temor ao Senhor e o serviço e a obediência a Ele (e.g., 5.29; 6.2,24; 10.12; 13.4; 17.19; 31.12). Segundo os salmistas, temer ao Senhor equivale a deleitar-se nos seus mandamentos (Sl 112.1) e seguir os seus preceitos (Sl 119.63). Salomão ensinou que “pelo temor do SENHOR, os homens se desviam do mal (Pv 16.6; cf. 8.13). Em Eclesiastes, o dever inteiro da raça humana resume-se em dois breves imperativos: “Teme a Deus e guarda os seus mandamentos” (Ec 12.13). Inversamente, aquele que se contenta em viver na iniquidade, assim faz porque “não há o temor de Deus perante os seus olhos” (Sl 36.1-4).

2. Um corolário importante da conotação supra é que o crente deve ensinar seus filhos a temer ao Senhor, levando-os a abominar o pecado e a guardar os santos mandamentos de Deus (4.10; 6.1,2,6-9). A Bíblia declara frequentemente que “O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria” (Sl 111.10; cf. Jó 28.28; Pv 1.7; 9.10). Visto que um alvo básico na educação de nossos filhos é que vivam segundo os princípios da sabedoria estabelecidos por Deus (Pv 1.1-6), ensinar esses filhos a temeram ao Senhor é um primeiro passo decisivo.

3. O temor de Deus tem um efeito santificante sobre o povo de Deus. Assim como há um efeito santificante na verdade da Palavra de Deus (Jo 17.17), assim também há um efeito santificante no temor a Deus. Esse temor inspira-nos a evitar o pecado e desviar-nos do mal (Pv 3.7; 8.13; 16.6). Ele nos leva a ser cuidadosos e comedidos no que falamos (Pv 10.19; Ec 5.2,6,7). Ele nos protege do colapso da nossa consciência, bem como a nossa firmeza moral. O temor do Senhor é puro e purificador (Sl 19.9); é santo e libertador no seu efeito.

4. O temor do Senhor motiva o povo de Deus a adorá-lo de todo o seu ser. Se realmente tememos a Deus, nós o adoramos e o glorificamos como o Senhor de tudo (Sl 22.23). Igualmente, no final da história, quando um anjo da esfera celestial proclama o evangelho eterno e conclama a todos na terra a temerem a Deus, acrescenta prontamente: “e dai-lhe glória… E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14.6,7).

5. Deus promete que recompensará a todos que o temem. “O galardão da humildade e o temor do SENHOR são riquezas, e honra, e vida” (Pv 22.4). Outras recompensas prometidas são a proteção a morte (Pv 14.26,27), provisões para nossas necessidades diárias (Sl 34.9; 111.5), e uma vida longa (Pv 10.27). Aqueles que temem ao Senhor sabem que “bem sucede aos que temem a Deus”, não importando o que aconteça no mundo ao redor (Ec 8.12,13).

6. Finalmente, o temor ao Senhor confere segurança e consolo espiritual indizíveis para o povo de Deus. O NT vincula diretamente o temor de Deus ao conforto do Espírito Santo (At 9.31). Por um lado, quem não teme ao Senhor não tem qualquer consciência da sua presença, graça e proteção; por outro lado, os que temem a Deus e guardam os mandamentos dEle têm experiência profunda de proteção espiritual na sua vida, e da unção do Espírito Santo. Têm certeza de que Deus vai “livrar a sua alma da morte” (Sl 33.18,19).

Fonte: Bíblia de Estudo Pentecostal

25 de outubro de 2012

Heróis da Fé

Eusébio de Cesaréia (265-339)

Eusébio de Cesaréia

Incentivado por Constantino, Eusébio fez a narração da primeira história do cristianismo, coroando-a com a sua imperial adesão a Cristo. “A ortodoxia era apenas uma das várias formas de cristianismo, durante o século III, e pode só ter se tornado dominante no tempo de Eusébio” (JOHNSON, 2001:69).

  • Cesaréia

Fundada pelo rei Herodes no século I a.C. em um porto comercial fenício e grego denominado Torre de Straton, Cesaréia foi assim denominada pelo monarca em homenagem ao imperador romano César Augusto. A cidade foi detalhadamente descrita pelo historiador judeu Flávio Josefo. Era uma cidade murada, com o maior porto na costa ocidental do Mediterrâneo chamado “Sebastos”, nome grego do imperador Augusto.

24 de outubro de 2012

O Antigo Egito

O Antigo Egito 
Hoje em dia, muitos conhecem o antigo Egito apenas pelas suas pirâmides, a esfinge, a escrita hieroglífica e os tesouros de seus governantes.

O Nilo

Sem o Nilo, o Egito teria sido apenas um árido deserto. Casa ano, esse rio transborda e, ao voltar ao seu leito normal, deixa atrás uma fértil capa de barro preto. Nestas franjas férteis pode crescer grande variedade de grãos. Em ambos os lado dessa faixa verde se estende o deserto.

História

O Egito é uma das civilizações mais antigas. O ser humano habita o vale Nilo desde a Idade da Pedra. A história escrita do Egito e de suas famílias reais (os “Faraós”) data de antes do ano 3000 a.C. Antes da época de Abrão, poderosos faraós haviam conquistado até as regiões ao sul do Sudão.
Em algum momento entre 1700 e 1650 a.C., o Egito foi invadido por um grande grupo de estrangeiros. Muitos deles eram semitas (gente de raça e língua similares às dos patriarcas israelitas). Logo conquistaram o Egito.
Desde a sua capital, ao nordeste do delta do Nilo, os governantes semitas (chamados “hicsos) controlavam um império que abrangia a maioria do território egípcio e toda a Palestina. Alguns estudiosos dizem que foi um desses governantes que protegeu José (cf. Gn 41 – 50).
Próximo do ano 1550 a.C., o Império Hicso foi derrotado. Amosis I fundou uma nova dinastia de Faraós. Seu império expandiu-se, alcançando sua máxima extensão nos reinados de Tutmosis III e Ramssés II. Um considerável número de intérpretes crê que o Faraó do êxodo foi Ramassés II (cf. Êx 5 – 14).

Fabricantes de Tijolos

Para construir suas cidades reais, os Faraós precisavam de tijolos. Para fazê-los, os homens escavavam argila e a misturavam com palha. Com essa mistura enchiam moldes de madeira e os colocavam ao sol para que a mistura secasse e endurecesse (cf. Êx  5.7-19). Esse mesmo método ainda é empregado em alguns países.

Escrita

A idéia de escrita, inventada na Babilônia entre 3500 e 3000 a.C chegou rapidamente ao Egito. Os sacerdotes egípcios logo inventaram seu próprio sistema de expressar idéias por meios de desenhos (“hieróglifos”). Muito do que sabemos do Antigo Egito provém dos hieróglifos encontrados em edifícios e monumentos, e de livros, cartas e crônicas escritos em um estilo manuscrito abreviado, chamado “hierático”.

Vestimenta

As vestimentas egípcias era de linho. Os homens usavam saias; as mulheres, vestidos retos com alças nos ombros. Os ricos vestiam linho fino plissado, em geral branco, mas também coloridos. Quando se vestiam para ocasiões especiais usavam pesadas perucas e jóias (anéis, braceletes, colares e fitas para a cabeça). Mantinham sua pele suave com azeite, usavam maquiagem preta para os olhos e perfumes.

Hábeis Artesãos

O rei e sua corte empregavam muitos artesãos hábeis, pintores, escultores, ourives e prateiros. Como os egípcios acreditavam que a vida após a morte era muito similar à vida presente, enchiam os túmulos com objetos familiares do defunto e com pinturas que produziam cenas da vida cotidiana.

Os deuses Egípcios

Os antigos egípcios tinham muitos deuses: deuses que governavam os fenômenos naturais, deuses da verdade, da justiça, da sabedoria, etc. O rei do mundo do além túmulo (o mundo dos mortos) era Osíris, que tinha as chaves da vida depois da morte. O Faraó era o intermediário entre os deuses e as pessoas. Nos templos, os sacerdotes serviam aos deuses como se fossem reis humanos. As pessoas comuns só viam as imagens das grandes divindades nos dias festivos, quando elas saíam em procissão.

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Fonte: Bíblia de Estudo Almeida
Copyright © 1999 Sociedade Bíblia do Brasil
Todos os direitos reservados
Texto bíblico:
Tradução de João Ferreira de Almeida
Revista e Atualizada – 2a. edição
Copyright © 1993 Sociedade Bíblica do Brasil

Esboços – Êxodo

Esboços - Êxodo

O Título

Este livro tira o seu nome daquele fato que constitui o fio condutor de toda a sua narrativa: a saída dos israelitas do Egito e os anos em que viveram no deserto antes de chegar a Canaã, a Terra Prometida. De fato, a mesma palavra grega (êxodos), utilizada pela Septuaginta como a palavra portuguesa equivalente se definem propriamente como “saída”. Por sua vez, a Bíblia Hebraica intitula o livro com uma das primeiras palavras: Shemoth, que significa “nomes”.

A História

O livro de Êxodo (= Êx) oferece alguns dados que, dentro de uma certa margem de probabilidade, permite delimitar a época em que aconteceram os fatos referidos. Tais dados, ainda que insuficientes para estabelecer datas precisas, têm um inegável valor histórico. Por exemplo, 1.11 revela que os israelitas, residentes no Egito durante 430 anos (12.40-41), foram obrigados a trabalhar na construção de duas cidades: Pitom e Ramassés (chamada, em egípcio, de Casa de Ramassés). Esse fato sucedeu entre fins do séc. XVI e início do séc. XIII a.C.

Conteúdo do Livro

A primeira parte do livro de Êxodo (1.1 – 15.21) relata a mudança de situação que, para os descendentes de Jacó, supôs que um “novo rei"… que não conhecera José” (1.8) havia começado a reinar sobre o Egito. A narrativa não se ajusta a uma cronologia estrita; e à primeira vista, parece que os fatos se sucedem sem solução de continuidade. No entanto, uma leitura atenta leva à evidência de que, entre o assentamento de de Jacó em Gósen (Gn 46.1 – 47.6) e o reinado do novo faraó, transcorreram os 430 anos da permanência dos israelitas no Egito (cf. 1.7). Foi somente no final deste período que a hospitalidade egípcia (Gn 47.5-10) se transformou em opressão, sendo os israelitas reduzidos à escravidão (1.13). Naquela penosa condição, as suas súplicas chegaram aos ouvidos do SENHOR (2;24-25; 3.7), que chamou a Moisés e se revelou a ele em Horebe, o “monte de Deus” (3.1), para lhe confiar a missão de libertar o povo (3.15 – 4.17). Com uma extraordinária demonstração de sinais portentosos, Deus, por meio de Moisés, obriga o faraó a conceder, liberdade à multidão israelita (12.37-38). Esta, depois de celebrar a primeira Páscoa como um sinal de salvação, empreendeu a marcha a caminho do mar e o atravessa a pé enxuto pelo mesmo ponto em que depois as águas cobriram o exército egípcio. O povo, então, junto com Moisés e Miriã, expressa a sua gratidão a Deus entoando um cântico, que é um dos testemunhos mais antigos da milagrosa libertação de Israel (15.1-18,21).

A segunda parte do livro (15.22 – 18.27) recolhe uma série de episódios relacionados com a marcha dos israelitas pelo deserto. Depois de atravessado o mar, adentraram as paragens secas e áridas da península do Sinai. Na sua nova situação, viram-se expostos a graves dificuldades e perigos, desconhecidos para eles até então. A fome, a sede e a aberta hostilidade de outros habitantes da região, como os amalequitas, foram causa de freqüentes queixas e murmurações contra Moisés e contra o SENHOR (15.24; 16.2; 17.2-7). Muitos protestavam abertamente e, parecendo-lhes melhor comer e beber como escravos do que assumir as responsabilidades da liberdade, clamavam: “Quem nos dera tivéssemos morrido pela mão do Senhor, na terra do Egito, quando estávamos sentados juntos às panelas de carne e comíamos pão a fartar” (16.3). Por isso, Moisés teve de interceder repetidas vezes diante de Deus em favor dos israelitas, e o SENHOR os atendeu em todas as suas necessidades. Alimentou-os com codornizes e maná (cap 16), fez brotar água da rocha para matar a sua sede (17.7-7; cf. Nm 20.2-13) e os livrou dos inimigos que os acossavam (17.8-16).
A marcha pelo deserto do Sinai tinha como objetivo final o país de Canaã. Ali estava a Terra Prometida, descrita como uma “terra que mana leite e mel” (3.8). Porém, antes de chegar a ela, o povo de Israel tinha de aprender que o SENHOR Deus o havia tomado dentre todos os outros povos da terra para lhe ser consagrado como o povo da sua “propriedade”, como um “reino de sacerdotes e nação santa” (Êx 19.5-6; cf. Dt 4.20; 7.6). O monte Sinai foi o cenário escolhido por Deus para estabelecer a sua aliança com Israel e constituí-lo a sua propriedade peculiar.
Essa aliança significava, pois, um compromisso para o povo, que ficava obrigado a viver em santidade. Esta era a parte que lhe correspondia, em resposta à eleição com que Deus o havia distinguido de maneira gratuita. Para que isso fosse possível, Deus mesmo deu a conhecer ao seu povo, na lei proclamada no Sinai, o que dele exigia e esperava que cumprisse pontualmente.
A Lei (hebr. torah), que é dada pelas mãos de Moisés, começa com a série de disposições universalmente conhecida como O Decálogo ou Os Dez Mandamentos, que começa assim: “Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim” (20.2-3). Com essas palavras fica estabelecida a vinculação exclusiva e definitiva de Israel como o Deus que o havia libertado e o havia atraído como que “sobre asas de águia” (19.4). A partir do Decálogo, toda a Lei, com a sua evidente preocupação em defender o direito dos mais fracos (p. ex., 22.21-27), assenta o fundamento jurídico de uma comunidade criada para a solidariedade e a justiça e especialmente consagrada ao culto ao seu SENHOR, o Deus único e verdadeiro (caps. 25 – 31; 35 – 40).

Esboço:
1. Israel é libertado da sua escravidão no Egito (1.1 – 15.21)

a. Escravidão no Egito (1.1-22)
b. Nascimento de Moisés e primeira parte da sua vinda (2.1 – 4.31)
c. Moisés e Arão diante do Faraó (5.1 – 1.10)
d. Páscoa e saída do Egito (12.1 – 15.21)

2. Os israelitas marcham até o monte Sinai (15.22 – 18.27)
3. Aliança de Deus no Sinai (19.1 – 24.18)
4. Prescrições para a construção do Tabernáculo (25.1 – 31.17)
5. Bezerro de ouro. Renovação da aliança (31.18 – 34.35)
6. Construção do Tabernáculo (35.1 – 40.38)

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Fonte: Bíblia de Estudo Almeida
Copyright © 1999 Sociedade Bíblia do Brasil
Todos os direitos reservados
Texto bíblico:
Tradução de João Ferreira de Almeida
Revista e Atualizada – 2a. edição
Copyright © 1993 Sociedade Bíblica do Brasil

23 de outubro de 2012

O Arrebatamento da Igreja

“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram com Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, o que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor” (1 Ts 4.16,17).

O Arrebatamento da Igreja

O termo “arrebatamento” deriva da palavra raptus em latim, que significa “arrebatado rapidamente e com força” em 4.17. Esse evento, descrito aqui e em 1 Co 15, refere-se à ocasião em que a igreja do Senhor será arrebatada da terra para encontrar-se com Ele nos ares. O arrebatamento abrange apenas os salvos em Cristo.

1. Instantes antes do arrebatamento, ao descer Cristo do céu para buscar a sua igreja, ocorrerá a ressurreição dos “que morreram em Cristo” (4.16). Não se trata da mesma ressurreição referida em Ap 20.4, a qual somente ocorrerá depois de Cristo voltar à terra, julgar os ímpios e prender Satanás (Ap 19.11 – 20.3). A ressurreição de Ap 204 tem a ver com os mártires da tribulação e possivelmente com os santos do AT.

2. Ao mesmo tempo que ocorre a ressurreição dos mortes em Cristo, os crentes vivos serão transformados; seus corpos se revestirão de imortalidade (1 Co 15.51,53). Isso acontecerá num instante, “num abrir e fechar de olhos” (1 Co 15.52).

3. Tanto os crentes ressurretos como os que acabaram de ser transformados serão “arrebatados juntamente” (4.17) para encontrar-se com Cristo nos ares, ou seja: na atmosfera entre a terra e céu.

4. Estarão literalmente unidos em Cristo (4.16,17), levados à casa do Pai, no céu, e reunidos aos queridos que tinham morrido (4.13-18).

5. Estarão livres de todas as aflições (2 Co 5.2,4; Fp 3.21). de toda a perseguição e opressão, de todo domínio do pecado e da morte (1 Co 15.51-56); o arrebatamento os livra da “ira futura”, ou seja: da grande tribulação.

6. A esperança de que nosso Salvador logo voltará para nos tirar do mundo, a fim de estarmos “sempre com o Senhor” (4.17), é a bem-aventurada esperança de todos os redimidos (Tt 2.13). É fonte principal de consolo para os crentes que sofrem (4.17,18; 5.10).

7. Paulo emprega o pronome “nós” em 4.17 por saber que a volta do Senhor poderia acontecer naquele período, e comunica aos tessalonicenses essa mesma esperança. A Bíblia insiste que anelemos e esperemos contínua e confiadamente a volta do nosso Senhor (cf. Rm 13.11; 1 Co 15.51,52; Ap 22.12,20).

8. Quem está na igreja mas não abandona o pecado e o mal, sendo assim infiel a Cristo, será deixado aqui, no arrebatamento. Os tais ficarão neste mundo e farão parte da igreja apóstata, sujeitos à ira de Deus.

9. Depois do arrebatamento, virá o Dia do Senhor, um tempo de sofrimento e ira sobre todos os ímpios. Seguir-se-á a segunda fase da vinda de Cristo, quando, então, Ele irá para julgar os ímpios e reinar sobre a terra.

Fonte: Bíblia de Estudo Pentecostal

Esboços – Gênesis

Ter um esboço para cada livro da Bíblia, além de facilitar seu entendimento, traz tantas respostas e te deixa mais inteirado sobre o objetivo do livro em si. É por isso que criamos mais uma categoria, onde te levará a conhecer mais sobre os maravilhosos 66 livros que compõem o livro mais precioso de nossas vidas: a Bíblia!
E para iniciar de forma organizada, vamos começar com Gênesis!

O Título

Gênesis é o termo grego -  de onde vem “gênese” em português – com que a Septuaginta nomeia o primeiro livro da Bíblia. Significa “origem” ou “princípio”, o que corresponde de um modo geral ao conteúdo do livro. Com efeito, nele são narrados, desde uma perspectiva religiosa, as origens do universo, da terra, do gênero humano, e em particular, do povo de Israel. Na Bíblia Hebraica, este livro tem como título sua primeira palavra, Bereshit, comumente por “No princípio” (1.1).

Divisão do Livro

O Livro de Gênesis (= Gn) compõe-se de duas grandes seções. A primeira (caps. 1 – 11) contém a chamada “história das origens” ou “história dos primórdios”, que inicia com o relato da criação do mundo (1.1 – 2.4a). Trata-se de uma narrativa poética de grande beleza, à qual segue a narrativa da origem do ser humano, colocado por Deus neste mundo que havia criado. A segunda parte (caps 12 – 50) enfoca o tema dos inícios mais remotos da história de Israel. E conhecida como “história dos patriarcas” e centra o seu interesse em Abraão, Isaque e Jacó, respectivamente pai, filho e neto, nos quais o povo de Deus tem as suas raízes mais profundas.

A história das Origens

“No princípio, criou Deus os céus e a terra” (1.1). Este enunciado categórico e solene abre a leitura de Gênesis e de toda a Bíblia. É a afirmação do poder total e absoluto de Deus, o único e eterno Deus, a cuja vontade se deve tudo o que existe, pois “sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3). O universo é resultado da ação de Deus, que, com a sua palavra, criou o mundo, o tornou habitável e o povoou com seres viventes. Entre estes pôs também a espécie humana, que diferenciou de todas as outras ao conferir-lhe uma dignidade especial, criando-a “à sua imagem, à imagem de Deus” (1.26-27).
Este relato inicial de Gênesis considera o homem e a mulher em uma particular relação com Deus, de quem receberam a comissão de governar de modo responsável o mundo do qual eles próprio são parte (1.28-30; 2.19-20). Com efeito, o ser humano (hebr. adam) foi formado “do pó da terra” (adamá), ou seja, da mesma substância que o resto da criação; porém “o Senhor Deus… lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (2.7). A criação do homem, do varão (ish) é seguida no Gênesis pela mulher (ishá), vindo a construir entre os dois a unidade essencial do casal humano (2.22-24).
A relação especial que Deus estabelece com Adão e Eva se define como uma permanente amizade, oferecida para ser aceita livremente. Deus, criador de tudo e soberano absoluto do universo, oferece a sua amizade; o ser humano está livre para aceitá-la ou rejeitá-la. O sinal da atitude humana ante a oferta divina se identifica com o preceito que, por um lado, afirma a soberania de Deus e, por outro lado, estabelece a responsabilidade do ser humano no gozo da liberdade: “da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás” (2.17). Porém Adão, o ser humano, querendo igualar-se a Deus, quebra a condição imposta com um ato de rebeldia que lhe fecha o acesso à “árvore da vida” (3.22-24) e abre as portas ao império do pecado, cujas consequências são o sofrimento e a morte.

A História dos Patriarcas

Esta segunda parte de Gênesis (caps 12 – 50) representa o começo de uma nova etapa no desenvolvimento da humanidade, uma etapa na qual Deus atua no sentido de libertar os seres humanos da situação à qual o pecado os conduziu.
A história entra em uma nova fase com a revelação de Deus a Abraão, a quem ordena que deixe para trás sua parentela e a sua terra e emigre para terras desconhecidas. Promete-lhes fazer dele uma grande nação, abençoá-lo e engrandecer-lhe o nome (12.1-3) e lhe confirma essa promessa estabelecendo uma aliança segundo a qual em Abraão seriam “benditas todas as famílias da terra” (12.3; cf. Gl 3.8).
O livro de Gênesis destaca que o SENHOR não atua de forma arbitrária ao escolher Abraão, mas que a sua eleição faz parte de um plano de salvação que se estende ao mundo inteiro. O fim último desse plano, a universalidade da ação salvífica de Deus, se manifesta no ato simbólico da mudança do nome de Abrão para Abraão, que significa “pai de numerosas nações” (17.5).
Quando Abraão morre, o seu filho Isaque passa a ser o depositário de Deus; e, depois de Isaque, Jacó. Assim ela foi sendo transmitida de uma geração a outra, de pai para filho. E todos, como Abraão, viveram como estrangeiros, fora do seu lugar de origem. Os patriarcas (isto é, “pais de uma linhagem”) eram pastores seminômades, em constante movimento migratório. A sua vida transcorreu entre contínuas mudanças e reassentamentos que, registrados no livro de Gênesis, dão à narrativa um caráter peculiar.
Jacó, por ocasião de um misterioso episódio que teve lugar em Peniel (3228-30; cf. 35.10), recebeu o nome de Israel (“aquele que luta com Deus”). Esse nome foi usado mais tarde para identificar as doze tribos de Israel, depois o reino do Norte e finalmente a nação israelita na sua totalidade.
A história de José, filho de Jacó, é fascinante. Vendido como escravo e levado ao Egito, José caiu na graça de faraó que lá reinava. O faraó o elevou ao segundo posto no governo do país (41.39-44). Esse posição política elevada permitiu ao jovem hebreu trazer para junto de si o seu pai, que, com os seus filhos, familiares e os seus rebanhos (46.5-7,26), se estabeleceu no delta no Nilo, na região de Gósen, uma terra rica em pastos e apropriada às suas necessidades e ao seu gênero de vida.
Morrendo Jacó, os seus filhos trasladaram o corpo a Canaã e o sepultaram em um túmulo que Abraão havia comprado (50.13) para ali enterrar sua esposa (23.16-20). Essa compra de um terreno para sepultura tem no livro de Gênesis um claro sentido simbólico, prefigurando a tomada de posse pelos israelitas de um território onde os patriarcas do povo haviam vivido como estrangeiros em outra época.

Esboço:
1. História das origens (1.1 – 11.32)
2. História dos Patriarcas (12.1 – 50.26)
a. Abraão (12.1 – 25.18)
b. Isaque (25.19 – 26.35)
c. Jacó (27.1 – 36.43)
d. José (37.1 – 50.26)

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Fonte: Bíblia de Estudo Almeida
Copyright © 1999 Sociedade Bíblia do Brasil
Todos os direitos reservados
Texto bíblico:
Tradução de João Ferreira de Almeida
Revista e Atualizada – 2a. edição
Copyright © 1993 Sociedade Bíblica do Brasil

12 de outubro de 2012

O Vinho nos Tempos do Antigo Testamento

Números 6.3 “de vinho e de bebida forte se apartará; vinagre de vinho ou vinagre de bebida forte não beberá; nem beberá alguma beberagem de uvas; nem uvas frescas nem secas comerá.”

Vinho nos Tempos do Antigo Testamento


PALAVRAS HEBRAICAS PARA “VINHO”

De um modo geral, há duas palavras hebraicas traduzidas por “vinho” na Bíblia.

1. A primeira palavra, a mais comum, é yayin, um termo genérico usado 141 vezes no AT para indicar vários tipos de vinho fermentado ou não-fermentado (ver Ne 5.18, que fala de “todo o vinho [yayin]” = todos os tipos).
(a) Por um lado, yayin aplica-se a todos os tipos de sucos de uva fermentado aparecem em vários trechos do AT, notadamente Pv 23.29-35 (ver a próxima seção).
(b) Por outro lado, yayin também se usa com referência ao suco doce, não-fermentado, da uva. Pode referir-se ao suco fresco da uva espremida. Isaías profetiza: “já o pisador não pisará as uvas [yayin] acabasse os lagares” )Is 16.10); semelhantemente, Jeremias diz: “fiz que o vinho [yayin] acabasse nos lagares; já não pisarão uvas com júbilo” (Jr 40.10,12). Outra evidência que yayin, às vezes, refere-se ao suco não-fermentado da uva temos em Lamentações, onde o autor descreve os nenês de colo clamando às m~es, pedindo seu alimento normal de “trigo e vinho” (Lm 2.12). O fato do suco de uva não-fermentado poder ser chamado “vinho” tem o respaldo em vários eruditos. A Enciclopédia Judaica (1901) declara: “O vinho fresco antes da fermentação era chamado yayin-mi-gat [vinho de tonel] (Sanh, 70a)”. Além disso, a Enciclopédia Judaica (1971) declara que o termo yayin era usado para designar o suco de uva em diferentes etapas, inclusive “o vinho recém-espremido antes da fermentação.” O Talmude Babilônico atribui ao rabino Hiyya uma declaração a respeito de “vinho [yayin] de lagar” (Baba Bathra, 97a). E em Halakot Gedalot, consta: “Pode-se espremer uma cacho de uvas, posto que o suco da uva é considerado vinho [yayin] em conexão com as leis do nazireado” (citado por Louis Ginzberg no Almanaque Judaico Americano, 1923, pp. 408,409). Para um exame de oinos, o termo equivalente no grego do NT, à palavra hebraica yayin.

2. A outra palavra hebraica traduzida por “vinho” é tirosh, que significa “vinho novo” ou “vinho da vindima”. Tirosh ocorre 38 vezes no AT; nunca se refere à bebida fermentada, mas sempre ao produto não-fermentado da videira, tal como o suco ainda no cacho de uvas (Is 65.8), ou suco doce de uvas recém-colhidas (Dt 11.14; Pv 3.10; Jl 2.24). Brown, Driver, Briggs (Léxico Hebraico-Inglês do Velho Testamento) declaram que tirosh significa “mosto, vinho fresco ou novo”. A Enciclopédia Judaica (1901) diz que tirosh inclui todos os tipos de sucos doces e mosto, mas não vinho fermentado”. Tirosh tem “bênção nele” (Is 65.8); o vinho fermentado, no entanto, “é escarnecedor” (Pv 20.1) e causa embriaguez (ver Pv 23.31).

3. Além dessas duas palavras “vinho”, há outra palavra hebraica que ocorre 23 vezes no AT, e frequentemente no mesmo contexto – shekar, geralmente traduzidas por “bebida forte” (e.g., 1 Sm 1.15; Nm 6.3). Certos estudiosos dizem que shekar, mais comumente, refere-se a bebida fermentada, talvez feita de suco de fruto de palmeira, de romã, de maça, ou de tâmara. A Enciclopédia Judaica (1901) sugere que quando yayin se distingue de shekar, aquele era um tipo de bebida fermentada diluída em água, ao passo que esta não era diluída. Ocasionalmente, shekar pode referir-se a um suco doce, não-fermentado, que satisfaz (Robert P. Teachou: “O Uso de Vinho no Velho Testamento”, dissertação de doutorado em Teologia, Seminário Teológico Dallas, 1997). Shekar relaciona-se com shakar, um verbo hebraico que pode significar “beber à vontade”, além de “embriagar”. Na maioria dos casos, saiba-se que quando yayin e shekar aparecem juntos, formam uma única figura de linguagem que se refere às bebidas embriagantes.

A POSIÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO SOBRE O VINHO FERMENTADO

Em vários lugares o AT condena o uso de yayin e shekar como bebidas fermentadas.

1. A Bíblia descreve os maus efeitos do vinho embriagante na história de Noé (Gn 9.20-27). Ele plantou uma vinha, fez a vindima, fez vinho embriagante de uva e bebeu. Isso o levou à embriaguez, à imodéstia, à indiscrição e à tragédia familiar em forma de uma maldição imposta sobre Canaã.
Nos tempos de Abraão, o vinho embriagante contribuiu para o incesto que resultou em gravidez nas filhas de Ló (Gn 19.31-38).

2. Devido ao potencial das bebidas alcoólicas para corromper, Deus ordenou que todos os sacerdotes de Israel se abstivessem de vinho e doutras bebidas fermentadas, durante sua vida ministerial. Deus considerava a violação desse mandamento suficientemente grave para motivar a pena de morte para o sacerdote que a cometesse (Lv 10.9-11).

3. Deus também revelou a sua vontade a respeito do vinho e das bebidas fermentadas ao fazer da abstinência uma exigência para todos os que fizessem voto de nazireado (ver próxima seção).

4. Salomão, na sabedoria que Deus lhe deu, escreveu: “O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio” (Pv 20.1). As bebidas alcóolicas podem levar o usuário a zombar do padrão de justiça estabelecido por Deus e a perder o autocontrole no tocante ao pecado e à imoralidade.

5. Finalmente, a Bíblia declara de modo inequívoco que para evitar ais e pesares, e em lugar disso, fazer a vontade de Deus, os justos não devem admirar, nem desejar qualquer vinho fermentado que possa embriagar e viciar (Pv 23.29-25).

OS NAZIREUS E O VINHO

O elevado nível de vida separa e dedicada a Deus, dos nazireus, devia servir como exemplo a todo israelita que quisesse assim fazer (Nm 6.2). Deus deu aos nazireus instruções claras a respeito do uso do vinho.

1. Eles deviam abster-se “de vinho e de bebida forte” (6.3; Dt 14.26); nem sequer lhes era permitido comer ou beber qualquer produto feito de uvas, quer em forma líquida, quer em forma sólida. O mais provável é que Deus tenha dado esse mandamento como salvaguarda ante a tentação de tomar bebidas inebriantes e ante a possibilidade de um nazireu beber vinho alcoólico por engano (6.3,4). Deus não queria que uma pessoa totalmente dedicada a Ele se deparasse com a possibilidade de embriaguez ou de viciar-se (cf. Lv 10.8-11; Pv 31.4,5). Daí, o padrão mais alto posto diante do povo de Deus, no tocante às bebidas alcoólicas, era a abstinência total (6.3,4).

2. Beber álcool leva, frequentemente, a vários outros pecados (tais como a imoralidade sexual ou a criminalidade). Os nazireus não deviam comer nem beber nada que tivesse origem da videira, a fim de ensinar-lhes que deviam evitar o pecado e tudo que se assemelha-se ao pecado, que leva a ele, ou que tenta a pessoa a cometê-lo.

3. O padrão divino para os nazireus de total abstinência de vinho e de bebidas fermentadas, era rejeitado por muitos em Israel nos tempos de Amós. Esse profeta declarou que os ímpios “aos nazireus destes vinho a beber” (Am 2.12) O profeta Isaías declara por sua vez: “o sacerdote e o profeta erram por causa da bebida forte; são absorvidos do vinho, desencaminham-se por causa da bebida forte, adam errados na visão e tropeçam no juízo. Porque todas as suas mesas estão cheias de vômitos e de imundícia; não há nenhum lugar limpo” (Is 28.7,8). Assim ocorreu, porque esses dirigentes recusaram o padrão da total abstinência estabelecido por Deus (Pv 31.4,5).

4. A marca essencial do nazireado – i.e., sua total consagração a Deus e aos seus padrões mais elevados – é um dever do crente em Cristo (cf. Rm 12.1; 2 Co 6.17; 7.1). A abstinência de tudo quanto possa levar a pessoa ao pecado, estimular o desejo por coisas prejudiciais, abrir o caminho à dependência de drogas ou do álcool, ou levar um irmão ou irmã a tropeçar, é tão necessário para o crente hoje quanto era para o nazireu dos tempos do AT (1 Ts 5.6; Tt 2.2).

© Fonte: Bíblia de Estudos Pentecostal

Heróis da Fé

CIPRIANO (200-258)

Cipriano

Tharsius Caecilius Cyprianus. Converteu-se 246 d.C. e, três depois, foi nomeado bispo de Catargo, no norte da África.
Durante dez anos, conduziu seu rebanho sob a perseguição do imperador Décio, uma das mais cruéis. Foi também o grande sustentáculo moral e espiritual da cidade de Cartago no período em que esta foi atacada por uma epidemia. Além disso, escreveu e batalhou pela unidade da Igreja.
Seu nome está ligado a uma grande controvérsia a respeito do batismo e da ordenação efetuada por hereges. No entender de Cipriano, essas cerimônias não valiam, pelo fato de os oficiantes estarem em desacordo com a ortodoxia. Assim deveriam ser rebatizados e reordenados todos os que entrassem pela verdadeira Igreja. Estêvão, bispo de Roma, discordou com ele e isso gerou um cisma, uma vez que Cipriano, além de rejeitar a autoridade do bispo romano, convocou um concílio no norte da África para resolver a questão.
Seus escritos consistem em tratados de caráter pastoral e de cartas, 82 ao todo, das quais 14 eram dirigidas a ele mesmo e as restantes tratavam de questões de sua época.
Como mártir, morreu decapitado em 14 de setembro de 258 d.C, durante a perseguição do imperador Valeriano.

Fonte: Revista Defesa da Fé | Ano 7| nº51

1 de outubro de 2012

OS LIVROS DA BÍBLIA HEBRAICA, DO ANTIGO TESTAMENTO E DA BÍBLIA GREGA (LXX)

Bíblia Hebraica

Pentateuco

Profetas Anteriores

Profetas Posteriores

Escritos

Gênesis Josué

Isaías

Salmos

Êxodo Juízes Jeremias

Levítico 1 – 2 Samuel Ezequiel

Provérbios

Números 1 – 2 Reis  

Rute

Deuteronômio

 

Os doze:

Cântico dos Cânticos

 

 

Oséias

Eclesiastes

 

 

Joel

Ester

 

 

Amós

Lamentações

 

 

Obadias

Daniel

 

 

Jonas

Esdras

 

 

Miquéias

Neemias

 

 

Naum

1 – 2 Crônicas

 

 

Habacuque

 

 

 

Sofonias

 
    Ageu  
    Zacarias  
    Malaquias  

 

Antigo Testamento

Pentateuco

Históricos

Poéticos

Proféticos

Gênesis Josué Isaías
Êxodo Juízes Salmos Jeremias
Levítico 1 – 2 Samuel Provérbios Lamentações
Números 1 – 2 Reis Eclesiastes Ezequiel
Deuteronômio 1 – 2 Crônicas Cântico dos Cânticos Daniel
  Esdras   Oséias
  Neemias   Joel
  Ester   Amós
      Obadias
      Jonas
      Miquéias
      Naum
      Habacuque
      Sofonias
      Ageu
      Zacarias
      Malaquias


Bíblia Grega (LXX)

Gênesis

Josué Judite (apócrifo) Oséias
Êxodo Juízes Tobias (apócrifo) Amós
Levítico Rute Macabeus 1 – 2 (apócrifos) Miquéias
Números Sobre os Reinos 1 – 2 (1 – 2 Samuel) Macabeus 3 – 4 (pseudepígrafos) Joel
Deuteronômio Sobre os Reinos 3 – 4 (1 – 2 Reis) Salmos e Odes (Odes: pseudepígrafo) Obadias
  Paralelipómenos (1 – 2 Crônicas) Provérbios Jonas
  Esdras 1 (pseudepígrafo) Eclesiastes Obadias
  Esdras 2 (Esdras – Neemias) Cântico dos Cânticos Jonas
  Ester (com fragmentos gregos) Naum
    Sabedoria de Salomão (apócrifo) Habacuque
    Sirácida (Eclesiástico: apócrifo) Sofonias
    Salmos de Salomão (pseudepígrafo) Ageu
      Zacarias
      Malaquias
      Isaías
      Jeremias (inclui Lamentações, Baruque e Carta de Jeremias. Os dois últimos são apócrifos).
      Ezequiel
      Daniel (com adições apócrifas: 3.24-90; 13 e 14).

 

© Fonte: Bíblia de Estudo Almeida

Heróis da Fé

Orígenes (185-254)

Orígenes

Nasceu de pais cristãos em 185 ou 186 da nossa era, provavelmente em Alexandria. Era escritor cristão de vasta erudição, de expressão grega e, inicialmente, com ação em sua cidade natal. Estudou letras e aprendeu de cor textos bíblicos com seu pai, que foi morto por ocasião da repressão do imperador Sétimo Severo às novas religiões.
O bispo de Alexandria passou a Orígenes a direção da Escola Catequética. Estudou na escola neoplatônica de “Ammonios”. Viajou a Roma, em 212, onde se ouviu o sábio cristão Hipólito. Em 215, organizou em Alexandria uma escola superior de Exegese Bíblica. Devido ao seu vasto conhecimento, viajava muito e ministrava ao público nas igrejas.
O fato de se haver castrado por devoção lhe criou dificuldades com alguns bispos, que contrariavam o sacerdócio dos eunucos. Em 232, transferiu-se para Cesaréia, na Palestina, onde se dedicou exaustivamente aos seus estudos. Sobreviveu sob o domínio do imperador Décio (250-252). Posteriormente a esta data, morreu em Tiro, não se sabendo exatamente quando.
Era considerado o membro mais eminente da escola de Alexandria e estudioso dos filósofos gregos.

      • Origem da palavra cânon
        A palavra cânon vem do assírio “Qânu”. É usada 61 vezes no Antigo Testamento, sempre em seu sentido literal, que significa “cana”, “balança”. O primeiro a usar esse termo foi Orígenes, para se referir à coleção de livros sagrados, que eram ou serviam de regra e fé para o ensino cristão.
Fonte: Revista Defesa da Fé | Ano 7 | Nº 51

O Dia da Expiação

Lv 16.32,33 “ E o sacerdote… fará a expiação… expiará o santo santuário; também expiará a tenda da congregação e o altar; semelhantemente fará expiação pelos sacerdotes e por todo o povo da congregação.”

O Dia da Expiação

A NECESSIDADE DA EXPIAÇÃO

A palavra “expiação” (heb. kippurim, derivado de kaphar, que significa “cobrir”) comunica a ideia de cobrir o pecado mediante um “resgate”, do “resgate” em Êx 30.12; Nm 35.31; Sl 49.7; Is 43.3).

1. A necessidade da expiação surgiu do fato que os pecados de Israel (16.30), caso não fossem expiados, sujeitariam os israelitas à ira de Deus (cf. Rm 1.18. Cl 3.6; 1 Ts 2.16). Por conseguinte, o propósito do Dia da Expiação era prover um sacrifício de amplitude ilimitada, por todos os pecados que porventura não tivessem sido expiados pelos sacrifícios oferecidos no decurso do ano que findava. Dessa maneira, o povo seria purificado dos seus pecados do ano precedente, afastaria a ira de Deus contra ele e manteria a sua comunhão com Deus (16.30-34; Hb 9.1).

2. Porque Deus desejava salvas os israelitas, perdoar os seus pecados e reconciliá-los consigo mesmo, Ele proveu um meio de salvação ao aceitar a morte de um animal inocente em lugar deles (i.e., o animal que era sacrificado); esse animal levava sobre si a culpa e a penalidade deles (17.11; cf. Is 53.4,6,11) e cobria seus pecados com seu sangue derramado.

A CERIMÔNIA DO DIA DA EXPIAÇÃO

Levíticos 16 descreve o Dia da Expiação, o dia santo mais importante do ano judaico. Nesse dia, o sumo sacerdote, vestia as vestes sagradas, e de início preparava-se mediante um banho cerimonial com água. Em seguida, antes do ato da expiação pelos pecados do povo, tinha de oferecer um novilho pelos seus próprios pecados. A seguir, tomava dois bodes e, sobre eles, lançava sortes: um tornava-se o bode do sacrifício, e o outro tornava-se o bode expiatório (16.8). Sacrificava o primeiro bode, levava seu sangue, entrava no Lugar Santíssimo, para além do véu, e aspergia aquele sangue sobre o propiciatório, o qual cobria a arca contendo a lei divina que fora violada pelos israelitas, mas que agora estava coberta pelo sangue, e assim se fazia expiação pelos pecados da nação inteira (16.15,16). Como etapa final, o sacerdote tomava o bode vivo, impunha as mãos sobre a sua cabeça, confessava sobre ele todo os pecados dos israelitas e o enviava ao deserto, simbolizando isto que os pecados deles eram levados para fora do arraial para serem aniquilados no deserto (16.21,22).

1. O Dia da Expiação era uma assembléia solene; um dia em que o povo jejuava e se humilhava diante do Senhor (16..31). Esta contrição de Israel salientava a gravidade do pecado e o fato de que a obra divina da expiação era eficaz somente para aqueles de coração arrependido e com fé perseverante (cf. 23.27; Nm 15.30; 29.7).

2. O Dia da Expiação levava a efeito a expiação por todos os pecados e transgressões não expiados durante o ano anterior (16.16,21). Precisava ser repetido cada ano da mesma maneira.

CRISTO E O DIA DA EXPIAÇÃO

O Dia da Expiação está repleto de simbolismo que prenuncia a obra de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. No NT, o autor de Hebreus realça o cumprimento, no novo concerto, da tipologia do Dia da Expiação (ver Hb 9.6 – 10.18).

1. O fato de que os sacrifícios do AT tinham de ser repetidos anualmente indica que eles eram provisórios. Apontavam para um tempo futuro quando, então, Cristo viria para remover de modo permanente todo o pecado confessado (cf. Hb 9.28; 10.10-18).

2. Os dois bodes representam a expiação, o perdão, a reconciliação e a purificação consumados por Cristo. O bode que era sacrificado representa a morte vicária e sacrificial de Cristo pelos pecadores, como remissão pelos seus pecados (Rm 3.24-26; H 9.11,12,24-26). O bode expiatório, conduzido para longe, levando os pecados da nação, tipifica o sacrifício de Cristo, que remove o pecado e a culpa de todos quantos se arrependem (Sl 103.12; Is 53.6,11,12; Jo 1.29; Hb 9.26).

3. Os sacrifícios no Dia da Expiação promoviam uma “cobertura” pelo pecado, e não a remoção do pecado. O sangue de Cristo derramado na cruz, no entanto, é a expiação plena e definitiva que Deus oferece à raça humana; expiação esta que remove o pecado de modo permanente (cf. Hb 10.4,10,11). Cristo como sacrifício perfeito (Hb 9.26; 10;5-10) pagou a inteira penalidade dos nossos pecados (Rm 3.25,26; 6.23; Gl 3.13; 2 Co 5.21) e levou a efeito o sacrifício expiador que afasta a ira de Deus, que nos reconcilia com Ele e que restaura nossa comunhão com Ele (Rm 5.6-11; 2 Co 5.18,19; 1 Pe 1.18,19; 1 Jo 2.2).

4. O Lugar Santíssimo onde o sumo sacerdote entrava com sangue, para fazer expiação representa o trono de Deus no céu . Cristo entrou nesse “Lugar Santíssimo” após sua morte e, com seu próprio sangue, fez expiação para o crente perante o trono de Deus (Êx 30.10; Hb 9.7,8,11,12,24-28).

5. Visto que os sacrifícios de animais tipificavam o sacrifício perfeito de Cristo pelo pecado e que se cumpriram no sacrifício de Cristo, e não há mais necessidade de sacrifícios de animais depois da morte de Cristo na cruz (Hb 9.12-18).

Fonte: Bíblia de Estudos Pentecostal