23 de outubro de 2012

Esboços – Gênesis

Ter um esboço para cada livro da Bíblia, além de facilitar seu entendimento, traz tantas respostas e te deixa mais inteirado sobre o objetivo do livro em si. É por isso que criamos mais uma categoria, onde te levará a conhecer mais sobre os maravilhosos 66 livros que compõem o livro mais precioso de nossas vidas: a Bíblia!
E para iniciar de forma organizada, vamos começar com Gênesis!

O Título

Gênesis é o termo grego -  de onde vem “gênese” em português – com que a Septuaginta nomeia o primeiro livro da Bíblia. Significa “origem” ou “princípio”, o que corresponde de um modo geral ao conteúdo do livro. Com efeito, nele são narrados, desde uma perspectiva religiosa, as origens do universo, da terra, do gênero humano, e em particular, do povo de Israel. Na Bíblia Hebraica, este livro tem como título sua primeira palavra, Bereshit, comumente por “No princípio” (1.1).

Divisão do Livro

O Livro de Gênesis (= Gn) compõe-se de duas grandes seções. A primeira (caps. 1 – 11) contém a chamada “história das origens” ou “história dos primórdios”, que inicia com o relato da criação do mundo (1.1 – 2.4a). Trata-se de uma narrativa poética de grande beleza, à qual segue a narrativa da origem do ser humano, colocado por Deus neste mundo que havia criado. A segunda parte (caps 12 – 50) enfoca o tema dos inícios mais remotos da história de Israel. E conhecida como “história dos patriarcas” e centra o seu interesse em Abraão, Isaque e Jacó, respectivamente pai, filho e neto, nos quais o povo de Deus tem as suas raízes mais profundas.

A história das Origens

“No princípio, criou Deus os céus e a terra” (1.1). Este enunciado categórico e solene abre a leitura de Gênesis e de toda a Bíblia. É a afirmação do poder total e absoluto de Deus, o único e eterno Deus, a cuja vontade se deve tudo o que existe, pois “sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3). O universo é resultado da ação de Deus, que, com a sua palavra, criou o mundo, o tornou habitável e o povoou com seres viventes. Entre estes pôs também a espécie humana, que diferenciou de todas as outras ao conferir-lhe uma dignidade especial, criando-a “à sua imagem, à imagem de Deus” (1.26-27).
Este relato inicial de Gênesis considera o homem e a mulher em uma particular relação com Deus, de quem receberam a comissão de governar de modo responsável o mundo do qual eles próprio são parte (1.28-30; 2.19-20). Com efeito, o ser humano (hebr. adam) foi formado “do pó da terra” (adamá), ou seja, da mesma substância que o resto da criação; porém “o Senhor Deus… lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (2.7). A criação do homem, do varão (ish) é seguida no Gênesis pela mulher (ishá), vindo a construir entre os dois a unidade essencial do casal humano (2.22-24).
A relação especial que Deus estabelece com Adão e Eva se define como uma permanente amizade, oferecida para ser aceita livremente. Deus, criador de tudo e soberano absoluto do universo, oferece a sua amizade; o ser humano está livre para aceitá-la ou rejeitá-la. O sinal da atitude humana ante a oferta divina se identifica com o preceito que, por um lado, afirma a soberania de Deus e, por outro lado, estabelece a responsabilidade do ser humano no gozo da liberdade: “da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás” (2.17). Porém Adão, o ser humano, querendo igualar-se a Deus, quebra a condição imposta com um ato de rebeldia que lhe fecha o acesso à “árvore da vida” (3.22-24) e abre as portas ao império do pecado, cujas consequências são o sofrimento e a morte.

A História dos Patriarcas

Esta segunda parte de Gênesis (caps 12 – 50) representa o começo de uma nova etapa no desenvolvimento da humanidade, uma etapa na qual Deus atua no sentido de libertar os seres humanos da situação à qual o pecado os conduziu.
A história entra em uma nova fase com a revelação de Deus a Abraão, a quem ordena que deixe para trás sua parentela e a sua terra e emigre para terras desconhecidas. Promete-lhes fazer dele uma grande nação, abençoá-lo e engrandecer-lhe o nome (12.1-3) e lhe confirma essa promessa estabelecendo uma aliança segundo a qual em Abraão seriam “benditas todas as famílias da terra” (12.3; cf. Gl 3.8).
O livro de Gênesis destaca que o SENHOR não atua de forma arbitrária ao escolher Abraão, mas que a sua eleição faz parte de um plano de salvação que se estende ao mundo inteiro. O fim último desse plano, a universalidade da ação salvífica de Deus, se manifesta no ato simbólico da mudança do nome de Abrão para Abraão, que significa “pai de numerosas nações” (17.5).
Quando Abraão morre, o seu filho Isaque passa a ser o depositário de Deus; e, depois de Isaque, Jacó. Assim ela foi sendo transmitida de uma geração a outra, de pai para filho. E todos, como Abraão, viveram como estrangeiros, fora do seu lugar de origem. Os patriarcas (isto é, “pais de uma linhagem”) eram pastores seminômades, em constante movimento migratório. A sua vida transcorreu entre contínuas mudanças e reassentamentos que, registrados no livro de Gênesis, dão à narrativa um caráter peculiar.
Jacó, por ocasião de um misterioso episódio que teve lugar em Peniel (3228-30; cf. 35.10), recebeu o nome de Israel (“aquele que luta com Deus”). Esse nome foi usado mais tarde para identificar as doze tribos de Israel, depois o reino do Norte e finalmente a nação israelita na sua totalidade.
A história de José, filho de Jacó, é fascinante. Vendido como escravo e levado ao Egito, José caiu na graça de faraó que lá reinava. O faraó o elevou ao segundo posto no governo do país (41.39-44). Esse posição política elevada permitiu ao jovem hebreu trazer para junto de si o seu pai, que, com os seus filhos, familiares e os seus rebanhos (46.5-7,26), se estabeleceu no delta no Nilo, na região de Gósen, uma terra rica em pastos e apropriada às suas necessidades e ao seu gênero de vida.
Morrendo Jacó, os seus filhos trasladaram o corpo a Canaã e o sepultaram em um túmulo que Abraão havia comprado (50.13) para ali enterrar sua esposa (23.16-20). Essa compra de um terreno para sepultura tem no livro de Gênesis um claro sentido simbólico, prefigurando a tomada de posse pelos israelitas de um território onde os patriarcas do povo haviam vivido como estrangeiros em outra época.

Esboço:
1. História das origens (1.1 – 11.32)
2. História dos Patriarcas (12.1 – 50.26)
a. Abraão (12.1 – 25.18)
b. Isaque (25.19 – 26.35)
c. Jacó (27.1 – 36.43)
d. José (37.1 – 50.26)

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Fonte: Bíblia de Estudo Almeida
Copyright © 1999 Sociedade Bíblia do Brasil
Todos os direitos reservados
Texto bíblico:
Tradução de João Ferreira de Almeida
Revista e Atualizada – 2a. edição
Copyright © 1993 Sociedade Bíblica do Brasil

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